quinta-feira, 30 de abril de 2015

Vertigem



Em Março corri a minha primeira meia-maratona.
Comecei a treinar cerca de três meses antes e, contra todas as expectativas {incluindo as minhas próprias}, consegui terminar a prova sem nunca ter dado um passo que não fosse a correr.
Ainda assim, cortei a meta depois de 2:53:37 e com um ritmo médio de 8:25/km, o que fez de mim uma das tartarugas emblemáticas do evento, apesar de não ter chegado a avistar o carro vassoura, como era a minha esperança.
Correram comigo a Ana e a Catarina, e os dois últimos quilómetros foram feitos a ferro e fogo ao lado do meu homem, que já terminara a prova há uma década, e que voltou atrás para me ajudar na recta final.
Quem estava ao meu lado viu as lágrimas a escorrerem-me cara abaixo, já que acabava de assistir a duas vitórias: seria meia maratonista dentro de minutos, e tinha ao lado o meu parceiro de vida que agora também era, o meu companheiro de corrida. O homem que percebe quando fico com os nervos para ir correr, que me massaja os gémeos sempre que se transformam em troncos depois de um treino mais pesado, e que me ajuda a escolher ténis pela funcionalidade e não pela cor. Devo-lhe a ele não ter terminado a meia maratona com bolhas nos pés, unhas negras e desidratada, mandando-me para a "arena" com um carregamento de géis, mel, marmelada e afins, que dariam para hidratar e alimentar um regimento. Uma meia-maratona para toda a gente, que ele encarou [e bem], como uma ultra-maratona para mim.

Há umas semanas atrás decidi correr uma maratona em Outubro, e este será o espaço onde também falarei deste desafio que impus a mim própria.
Continuo a achar que enlouqueci. Mas o que seria desta vida sem vertigens?

Marta



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