terça-feira, 5 de maio de 2015

Aos meus Companheiros de Armas



Foto: Nuno Malcata | Correr na Cidade
Escrevo este post a propósito da participação de alguns membros da crew Correr na Cidade no GTA – Gerês Trail Adventure, que terminou há dois dias atrás, e da semi-desilusão sentida por estes elementos, por não terem conseguido terminar a etapa rainha de 60 km, dentro do tempo limite (por sinal, corrida em péssimas condições meteorológicas, para não mencionar o grau de dificuldade das condições e desafios que o Gerês oferece para a prática do trail). Recordo que este evento é constituído por quatro etapas sequenciais de 17, 35, 60 e 15 km, num total de 130 km corridos em dias seguidos. Está bom de ver que isto não é para qualquer um. (Se quiserem conhecer um pouco mais sobre a prova, podem consultar aqui.)
Tenho pensado nesta vossa aventura (que, acredito, um dia também será minha), e gostava de vos deixar aqui a minha singela homenagem. Sei que gostariam de ter ido mais além e de fazer melhor. Sei o quanto treinaram para o evento – estive lá, em muitos dos treinos. Sei o que investiram, o que suaram e o esforço que investiram nesta empresa.
A cada um de vós: ao Malcata, com a sua eterna disponibilidade para partilhar o seu conhecimento e para ajudar os outros e o seu enorme entusiasmo pela corrida; ao Tiago que tudo suporta com a sua habitual boa disposição e energia positiva contagiante; à Bo, pelo seu constante sorriso nos trilhos, palavras amigas de encorajamento e preocupação para com os seus…
Amigos, não fiquem desiludidos, pois só o facto de encararem esta aventura como o fizeram, deve constituir motivo para grande orgulho. Afastem essa tristeza, ergam o queixo e sintam-se orgulhosos pelo que fizeram no GTA. Mas, sobretudo, pelo que fizeram antes do GTA, e por tudo o quanto ainda está para vir. Vocês os três são ultratraillers por direito próprio! E isto é algo especial, que ninguém, alguma vez, vos poderá tirar.
Por tudo isto, quero dizer que vos respeito muito!
Muitos mais desafios ainda se perfilam ainda no horizonte, meus amigos!
Mas o Correr na Cidade vai muito para além destes três elementos. Há muito mais gente - boa gente! – que admiro e respeito e que têm atingido feitos os quais, até há bem pouco tempo atrás, consideraria como quase impossíveis ou apenas passíveis de figurarem num qualquer livro autobiográfico do Karnases ou do Kilian.
Ao Filipe, que correu a quase totalidade dos 53 km do Piódão com dores lancinantes num joelho, em Março, e que luta, ainda hoje, para voltar aos trilhos com o pessoal. Eu sei o quanto está a ser duro e por isso o considero um verdadeiro herói. (Segue em frente, Filipe, resoluto!)
Ao Pedro Luís e ao Stefan que… Bem, estes são de outro campeonato! Para rookies, como eu, eles são enormes, são uns extra-terrestres, são super-homens do trail! E um exemplo a seguir.
Ao Espadinha, pela disponibilidade, pela amizade e pela boa onda. Mas não se iludam com o aspecto plácido e com as maneiras educadas e corteses, pois ele já foi apelidado de ‘força da natureza’!
Ao João, ao Bruno, e a todos os outros, pelo companheirismo e pelo Espírito de Corpo que formam nesta vossa Unidade que é o Correr na Cidade, que alimentam com carinho e defendem com unhas e dentes.
E as Meninas?... Bem, as Meninas que correm que se fartam e a quem não poderia faltar uma palavra de reconhecimento… À Natalia, à Ana, à Carmo, à Joana, à Liliana… Acreditem que vocês são, também, um exemplo para muitas mulheres. Um exemplo de força, de vontade, de resiliência. Cada uma à sua maneira, são umas lutadoras. Respect!
Mas claro que nenhum deles poderia fazer nada disto, se não tivesse uma retaguarda de apoio que lhes permitisse estas veleidades. À dita, também, o meu reconhecimento – às mulheres e a alguns homens que seguram as pontas lá em casa, quando os seus companheiros saem para correr. Eu sei o quão importante isto é, e se eu próprio e a Marta não nos apoiássemos mutuamente nestas andanças, tudo seria muito mais difícil, senão impossível.
Portanto e regressando ao início, a todos vós, Correr na Cidade: Vocês são um exemplo, um modelo e um orgulho. Orgulho-me de partilhar algumas aventuras convosco e quero deixar-vos um sentido agradecimento por me terem acolhido e me permitirem fazer parte da vossa família. É, deveras, um orgulho! Por tudo o muito que já passámos, considero-vos mesmo como uma espécie de Companheiros de Armas!
Rui

1 comentário:

  1. Que giro, temos blogs com nomes semelhantes. Só por causa disso, e porque gostei do que li, vou continuar por aqui para ler mais. ;)

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